Impactos da Crise do Novo Coronavírus no Emprego

Impactos da Crise do Novo Coronavírus no Emprego
Atualizado em: 13/02/2021

Impactos da Crise do Novo Coronavírus no Emprego

O NOVO CORONAVÍRUS E O MERCADO DE TRABALHO

A pandemia da COVID-19 passou de uma crise de saúde pública sem paralelo na memória viva para uma grande crise econômica e de empregos cuja extensão total neste momento ainda desconhecemos. Infelizmente, reconhece-se o perigo real de que a crise aumente a pobreza e as desigualdades, cujo impacto seja sentido nos próximos anos. Nossos governantes têm o papel fundamental de impedir que essa crise de empregos se transforme em uma crise social. A reconstrução de um mercado de trabalho melhor e mais resiliente é um investimento essencial no futuro e nas gerações futuras.

A queda dramática da atividade econômica é o resultado não apenas de restrições obrigatórias impostas e/ou sugeridas pelos profissionais da saúde e governos, mas também se reflete pelas reações das pessoas e sua maior consciência da gravidade da pandemia.

De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o impacto inicial da crise COVID-19 nos mercados de trabalho foi 10 vezes maior do que o observado nos primeiros meses da crise financeira global de 2008.

O impacto no mercado de trabalho, embora já sem precedentes, deve se aprofundar significativamente no futuro. 

Os grupos de trabalhadores já desfavorecidos costumam sofrer mais com as crises econômicas, pois são os primeiros a sair quando o choque ocorre e os últimos a entrar quando a recuperação começa. Embora ainda seja muito cedo para avaliar o impacto do COVID-19 em diferentes grupos do mercado de trabalho, a primeira evidência sugere que a crise – pelo menos inicialmente – exacerbou as desigualdades pré-existentes no mercado de trabalho e que os trabalhadores vulneráveis, com baixa remuneração e muitas vezes com baixo nível de instrução, ​​têm pago até agora o peso dos custos.

O EMPREENDEDORISMO COMO ALTERNATIVA PARA A CRISE DO DESEMPREGO

Em momentos de crise é que percebemos nosso poder de superação e força para promover mudanças. Em situações de desalento e falta de perspectivas, se estivermos atentos e abertos a oportunidades, veremos que sempre existem soluções criativas.

Uma das formas que entendemos como viáveis para os trabalhadores se manterem em atividade e buscarem novos desafios é a qualificação para o mercado de trabalho. Além do contato com novos conhecimentos e habilitação em novas competências advindos das qualificações, um caminho trilhado por muitos desempregados atingidos pela crise é lançarem-se ao mundo do empreendedorismo. Hoje em dia, a prática de criar negócios próprios pode ser concretizada de uma maneira mais ágil. Esse avanço busca reduzir a informalidade no emprego e proteger o trabalhador (empreendedor).

O Brasil ainda apresenta níveis muito altos de informalidade. Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada referentes ao último trimestre de 2016 indicam que 45% da força de trabalho ativa, estimada em 90 milhões, estaria na informalidade.

As novas modalidades de formatação de empreendimentos e relações de emprego, como os negócios de Micro Empreendedores Individuais (MEIs), propiciam a formalização de atividades que hoje não fazem mais parte do mercado informal. Essa categoria de empregabilidade estimula a criação de novos postos de trabalho devidamente formalizados e com proteção social, além de um número maior de trabalhadores.

O que antes era considerado como um trabalho informal, desprotegido de direitos e benefícios, hoje em dia pode ser facilmente legalizado através da criação de um negócio estruturado juridicamente como MEI. Conforme plataforma do Governo, Portal do Empreendedor, existem diversas vantagens em legalizar um negócio através de MEI:

  • Possibilidade de ter CNPJ e alvará sem custo e sem burocracia;
  • Possibilidade de vender para o Governo;
  • Acessibilidade à crédito através de produtos e serviços bancários exclusivos;
  • Emissão de Nota Fiscal; 
  • Baixo custo mensal de tributos, com todos (INSS, ISS ou ICMS) sintetizados numa mesma contribuição e em valores fixos;
  • Acesso a apoio técnico do SEBRAE; e,
  • Direitos e benefícios previdenciários, como aposentadoria por idade, aposentadoria por invalidez, auxílio-doença, salário-maternidade e pensão por morte (para a família).

Diante desse contexto, nós do Instituto Alce, acreditamos que o ingresso no mundo do trabalho também pode ser realizado na perspectiva do empreendedorismo.

A ECONOMIA SOLIDÁRIA CONSOLIDANDO O EMPREENDEDORISMO LOCAL

Em se tratando da crise mundial promovida pelo novo corona vírus, temos visto muitas campanhas para que haja um maior consumo local, valorizando a força de trabalho do pequeno produtor. Essa visão aproxima-se do ideário da Economia Solidária e incentiva a criação de novos empreendimentos.

A Economia Solidária é uma alternativa ao desemprego crescente, em que a grande maioria dos trabalhadores não controla nem participa na gestão dos meios e recursos para produzir riquezas. A Economia Solidária e as instituições que apoiam estas iniciativas buscam formas de gerar postos de trabalho e rendimento de forma coletiva e solidária, promovendo a inclusão produtiva.

Entretanto, a economia solidária tem apresentado algumas fragilidades. Uma das principais acontece porque os trabalhadores inseridos no âmbito da economia solidária estão mais habituados e preparados para o trabalho físico e pouco qualificado, denotando-se alguma falta de qualificação técnico-profissional. Uma das formas de minimizar essa fragilidade é o Programa Jovem Aprendiz e formações técnicas de qualificação socioprofissional, que habilitam jovens e adultos para desempenhar um bom papel nas empresas, mas também os qualifica para que aplique os conhecimentos e estabeleça redes de contatos para que atuem também no campo da Economia Solidária.

Artigo produzido por:

Guilherme Betto

Empreendedor Social

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