Novas concepções do mundo do trabalho
A IMPORTÂNCIA DE REGULAMENTAÇÃO DO TRABALHADOR INFORMAL
Quando se fala em emprego e empregabilidade, se pensa diretamente na lógica de mercado. Reduz-se o mundo do trabalho ao mercado de trabalho tradicionalmente atrelado às figuras do patrão, do empregado e da formalidade.
Entretanto, temos no Brasil uma população significativa que integra o trabalho informal. E será que essa classe trabalhadora estaria fora do mercado de trabalho?
Ao nosso ver, todo trabalhador(a) que desenvolve habilidades específicas para gerar renda familiar faz parte do mundo do trabalho, e nele se desenvolve como pessoa e como profissional, devendo, portanto, ser respeitado e valorizado por isso. Essa visão aproxima-se do conceito de Inclusão Produtiva, cuja ideia pressupõe a articulação de ações e programas que favorecem a inserção no mundo do trabalho por meio do emprego formal, do empreendedorismo ou de empreendimentos da economia solidária.
O que devemos buscar para minimizar a informalidade e proteger socialmente o trabalhador que se insere nesse contexto é criar um ambiente de negócios mais justo e solidário, além de possibilitar qualificações profissionais para essa classe social.
Além disso, a regulamentação e formalização dos negócios, além de possibilitar a saída da informalidade, será uma aliada para que se diminua a concorrência desleal e, principalmente, promova o acesso a direitos e garantias trabalhistas e previdenciárias.
A PRESENÇA TECNOLÓGICA NO MERCADO DE TRABALHO E SEUS IMPACTOS
Além de buscar cada vez mais a regulamentação dos negócios locais para se reduzir a informalidade, outro fator que tem impacto no emprego é a presença das tecnologias da informação e comunicação.
Muitas pesquisas apresentam profissões que correm o risco de sucumbirem em virtude da substituição da mão-de-obra por máquinas com inteligência artificial. Entretanto, as relações humanas jamais deixarão de ter sua relevância e preponderância em relação à presença digital. Acredita-se que a automatização e a digitalização podem representar um risco na polarização do emprego, implicando com a redução significativa de empregos em níveis intermediários.
Conforme estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), dentre os anos de 1995 e 2015 reduziu-se cerca de 10% o emprego nos escalões salariais médios e com níveis de qualificação médios. Em contrapartida, a percentagem de trabalhadores que realizam tarefas não rotineiras no total do emprego aumentou aproximadamente 8%. Geralmente, tratam-se de empregos ou altamente qualificados (p. ex., cargos de gestão) ou pouco qualificados (p. ex., serviços de cuidados pessoais). Isso significa que o emprego em ambos os extremos da escala de qualificações profissionais aumentou, ao passo que diminuiu no nível intermédio.
Na posição da OCDE, para melhorar a qualidade do trabalho as políticas públicas devem apoiar a formação na área do empreendedorismo e da gestão empresarial, promover o acompanhamento e a orientação, bem como o aconselhamento empresarial, além de melhorar o acesso ao financiamento para a rede de pequenos empreendimentos.
A IMPORTÂNCIA DA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL
Diante deste cenário, o Instituto Alce acredita fortemente na importância da qualificação profissional e a busca autônoma por novos conhecimentos como forma de consolidar os pequenos negócios.
Reconhecemos que o caminho para elevar o patamar de conhecimentos não é fácil, em especial para aqueles adultos que se encontram há um bom tempo longe de espaços educacionais. E é por isso que traçamos estratégias e firmamos parcerias para atingir este público em nossos projetos. Vamos juntos?