Moda e Sustentabilidade

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Atualizado em: 25/12/2022

Moda e Sustentabilidade

Brechós, sustentabilidade e o medo das energias ruins

Com certeza você conhece alguém que não usa roupas de brechós por achar que “elas têm energia ruim”, ou então que você “está usando roupa de gente que já morreu”, e por aí vai. Dentre as crendices populares, uma das mais peculiares é a ideia de que se eu comprar uma roupa de brechó, irei atrair o karma do antigo dono para mim (fosse ele bom, ou ruim).

Histórias deixadas de lado, hoje estamos aqui para desmistificar as polêmicas em torno do brechó e trazer uma perspectiva mais amigável desse modelo de negócio. Por isso, precisamos entender alguns pontos.

O que é um brechó?

Brechó é aquele estabelecimento (com fins lucrativos ou não) que vende objetos usados e, consequentemente, promove o aumento da vida útil das peças. Uma das maiores vantagens de se comprar artigos em brechó é a possibilidade de encontrar peças únicas, com materiais que não são mais utilizados, ou, então, modelos de roupas que não são mais fabricados. Com isso, você tem um guarda-roupa único e cheio de personalidade.

Precisamos entender que, com o surgimento das fast-fashions, ou seja, as famosas lojas de departamento de moda, as roupas ficaram mais acessíveis, porém, menos duráveis. Com isso, o número de descartes têxteis teve um crescimento assustador. Sendo assim, quando compramos em brechós, estamos evitando que aquela blusa maravilhosa que foi usada apenas 4 vezes acabe parando em um aterro sanitário.

Para o Instituto Alce, o brechó surge como uma ferramenta que dissemina a cultura de um novo padrão de consumo, mais consciente e sustentável. Para isso, temos estruturada uma equipe de trabalho que pensa e cria eventos a partir do Brechó Solidário.

Moda x Sustentabilidade

“A roupa mais sustentável é aquela que já existe”. Se você se interessa por moda, com certeza já ouviu essa frase. De acordo com a revista Elle, “nossas roupas estão sendo usadas 36% menos que a 15 anos atrás”. Mas, por que isso acontece?

Embora não exista uma única resposta certa, podemos fazer algumas reflexões sobre o tema. Com o surgimento das redes sociais, as informações referentes ao mundo da moda passaram a circular de forma muito mais rápida e atingindo um público maior. Agora, as tendências de moda estão ao alcance de um toque do celular, o que torna a experiência de consumo muito mais imediatista. Além disso, tivemos uma explosão de influencers de moda, que estão sempre divulgando conteúdos de recebidos, comprinhas e looks nos provadores de lojas.

A soma de todos esses fatores causa um novo “delírio de consumo”, e desperta o desejo de compra em muitos usuários. Porém, como a cada semana temos um novo item queridinho no TikTok e no Instagram, é praticamente impossível acompanhar todas as microtendências que surgem nas plataformas.

Tendo essa crescente de consumo, aliada a mudança rápida de microtendências, o resultado é preocupante: descartamos roupas pouco usadas só para consumirmos o que há de mais novo.

Neste contexto, o brechó realiza o “resgate” dessas peças deixadas de lado e as encaminha para um novo destino.

Brechó é cool!

Se algumas décadas atrás os brechós eram pouco valorizados, agora vem surgindo um novo movimento entre os mais jovens: a priorização de peças de segunda mão. Basta abrir o TikTok e pesquisar sobre o tema para encontrar vídeos com mais de 200 mil curtidas só com indicações de brechós e registro das peças compradas.

Além disso, a “#brechó” acumula mais de 76,8 milhões de visualizações, o que demonstra que o assunto é relevante para o público. Outro fator que impulsiona a preferência dos jovens pelos brechós está ligado ao poder de compra. Nos últimos anos, o Brasil vem enfrentando crise econômica, alta da inflação e, consequentemente, a perda do poder de compra. Sendo assim, o brechó surge como uma possibilidade de se adquirir peças únicas a valores mais acessíveis.

Nem tudo são flores...

Embora os brechós sejam essenciais para a redução de impacto no meio ambiente, faz-se necessário destacar dois pontos:

  • Ainda é muito difícil encontrar peças para tamanhos maiores. Grande parte dos brechós vende peças entre o 36 e 40, chegando, no máximo, ao tamanho 42, em raras ocasiões. Sendo assim, temos uma janela de consumidores que não é atendida e, às vezes, nem é lembrada.
  • Nos últimos anos, houve uma mudança no perfil dos brechós. Agora, muitos investem em uma curadoria especializada, que coleta apenas as peças que possuem o estilo da marca. Esse serviço é incrível, pois possibilita o fortalecimento da imagem do brechó, além de consertarem, lavarem e tirarem manchas das peças, tornando-as novinhas em folha. Contudo, esse serviço gera custos, o que acaba elevando o preço das peças, podendo não ser muito atrativo para determinados públicos, que sempre esperam encontrar peças muito baratas.

E as energias ruins???

Olha, independente da sua crença, contribuir para a preservação ambiental, diminuição de descartes têxteis, transformação dos hábitos de consumo e reaproveitamento de peças são ações que, certamente, trazem muitos pontos positivos na tabelinha do karma!

Curta essa ideia! Vamos juntos?

Voluntariado no Brechó Solidário

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As ações do brechó solidário do Instituto Alce fomentam a economia local
Brechó disseminando a cultura de consumo sustentável
Aquisição de peças usadas como forma de promover um consumo consciente
Brechó solidário promovendo um novo padrão de consumo

Artigo produzido por:

Bianca Masso

Analista de Mídias Sociais

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