Igualdade e Justiça Social: Um Legado da Proclamação da República rumo à Agenda 2030 da ONU.
No dia 15 de novembro, o Brasil comemora a Proclamação da República, um momento importante em nossa história, quando, em 1889, trocamos a monarquia pela república. Esse evento marcou uma ruptura com a estrutura elitista que caracterizava o império e foi motivado por ideais de cidadania, liberdade e justiça social. A partir daí, cresceu a esperança de uma sociedade mais justa e inclusiva, onde todos se sentissem representados.
Hoje, o Brasil enfrenta outro desafio para promover a justiça social: cumprir as metas da Agenda 2030 da ONU, em especial o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 10 (ODS 10), que visa reduzir as desigualdades. Este artigo explora as ligações entre esses dois momentos históricos e discute como o país pode avançar rumo a uma sociedade mais justa.
A Proclamação da República trouxe a esperança de uma sociedade mais democrática. Em teoria, o sistema republicano se basearia nos ideais de igualdade e liberdade, rompendo com a herança de uma sociedade marcada pela escravidão e por um sistema elitista. A república deveria dar voz ao povo e promover condições de vida mais dignas, mas os desafios históricos e estruturais do Brasil se mostraram difíceis de superar.
Desde então, o país passou por transformações. Políticas públicas como as leis trabalhistas da Era Vargas e a Constituição de 1988 trouxeram direitos fundamentais, mas muitos avanços foram ofuscados pela persistência das desigualdades econômicas, sociais e raciais.
O Brasil ainda está entre os países mais desiguais do mundo. Índices de desigualdade afetam tanto a renda quanto o acesso à educação, saúde e oportunidades. Dados do IBGE mostram que a concentração de renda e a desigualdade de oportunidades são fatores que ampliam essas disparidades. Nesse contexto, o ODS 10, que visa reduzir as desigualdades em todas as suas formas, se torna essencial para o país.
A Agenda 2030 da ONU promove ações globais para enfrentar desafios como pobreza, desigualdade e mudanças climáticas. O ODS 10 propõe reduzir desigualdades entre e dentro dos países, promovendo a inclusão econômica, social e política para todos, independente de idade, gênero, deficiência, raça, etnia, origem, religião ou condição econômica.
Para o Brasil, cumprir essas metas significa enfrentar desigualdades históricas, especialmente entre os grupos mais vulneráveis. O acesso desigual à educação e saúde, o preconceito racial e as disparidades regionais precisam ser superados para garantir uma sociedade mais justa.
Cumprir as metas do ODS 10 exige um compromisso contínuo com a redução das desigualdades em todas as áreas da sociedade. A Proclamação da República foi um marco inicial para a construção de uma sociedade mais justa, mas as lacunas ainda persistem.
O Dia da Proclamação da República nos lembra do compromisso com a liberdade e igualdade, que ainda hoje precisam ser reforçados. O avanço nas metas da ODS 10 é um passo importante para enfrentar desigualdades e construir uma sociedade onde todos possam prosperar. Para isso, o Brasil precisa olhar além de seu passado republicano, assumindo uma postura inovadora e comprometida com as gerações futuras, promovendo políticas e práticas que transformem a realidade social do país.