O que fazer com as roupas íntimas que não usamos mais?
Minhas Ações Impactam no Meio-Ambiente?
Já ouvimos falar sobre doação de roupas, de móveis, brinquedos, aparelhos eletrônicos, calçados… Mas, e as roupas íntimas? As calcinhas, sutiãs, cuecas? O que você faz com essas peças que não utiliza mais?
Na maioria das vezes, as peças íntimas são de uso pessoal, mas, já pensaram em pensar de uma forma diferente? De acordo com a ABIT (Associação Brasileira da Indústria Têxtil), anualmente, são produzidas 170 toneladas de lixo do setor de roupas íntimas no Brasil e nem metade disso é reciclado.
De forma geral, a indústria têxtil produz mais peças do que a população realmente precisa e com isso, quem paga o preço é o meio ambiente. As roupas não se degradam no solo, em muitos casos não são biodegradáveis e possuem plástico em sua composição.
Então, o que nós podemos fazer com as peças íntimas que não utilizamos mais?… E melhor ainda, que tal repensarmos sobre os produtos que compramos? Qual o material utilizado? A empresa se preocupa com logística reversa? Se preocupa com o meio ambiente?
O objetivo inicial das peças íntimas era de fazer o isolamento do corpo para proteção de temperaturas frias, de tecidos delicados ou grossos e transpiração. Hoje, seu uso está mais relacionado com conforto, elegância e sedução, aliado com o design, qualidade, funcionalidade.
Falando sobre a doação de peças íntimas, existem muitas mulheres que estão em situação de vulnerabilidade econômica que precisam desse tipo de auxílio, não tem o básico da roupa. A Dra. Mariangela Maluf, médica ginecologista pela USP e doutora em ciências pela USP, reforça que é possível higienizar as peças íntimas para realizar doações e que lavanderias industriais, com o uso de água quente e detergentes, têm a capacidade de eliminar agentes infecciosos, fazendo com que as peças possam ser doadas sem nenhum risco para quem recebê-las.
Lembrando que: as peças íntimas devem ser doadas SE estiverem em condições de uso, com os elásticos funcionando e sem rasgos.
Se estiverem sem condições de uso, podem ser reutilizadas em casa (dicas abaixo) ou enviadas para reciclagem (existem pontos de coleta e o Instituto Alce é um deles)
O descarte incorreto de roupas, traz impactos ambientais, com a queima delas, são liberados microplásticos, que geram uma fumaça tóxica, isso pode contaminar o lençol freático e chegar ao mar. Além disso, muitas peças ainda estão com a etiqueta colada, e poderiam ser utilizadas por pessoas que não têm condições de comprar roupas novas.
Infelizmente a falta de legislação e de investimentos para a reciclagem têxtil contribui para esse cenário.
Existem três destinos para as peças íntimas que não são mais utilizadas pelas pessoas:
- reutilização;
- doação; e
- reciclagem.
A reciclagem pode ocorrer através de processos mecânicos, com moagem e trituração e químicos, usados para melhorar as características dessas fibras têxteis e apenas os tecidos derivados do petróleo podem passar por esse processo – poliéster, poliamida, elastano.
Também existe a reciclagem térmica, na qual ocorre a incineração para criação de energia e calor.
Como reutilizar peças íntimas em casa?
1) Usar como lenço para limpar pincéis de maquiagem
2) Fazer sachês aromáticos (com plantas e/ou ervas) e colocá-los em gavetas, armários, sapateiros
3) Usar como enchimento de almofadas, travesseiros ou ursinhos de pelúcia
4) Usar como prendedor ou faixa de cabelo
5) Juntar vários retalhos e costurar, pode virar um porta panela, tapete ou o que a sua criatividade permitir
6) Roupinha para bonecos
7) E o que mais a sua criatividade permitir
Quais os tecidos amigos do meio ambiente?
- Algodão Orgânico
- Algodão Egípcio
- Lã Orgânica
- Cânhamo
- PLA 29 (poli ácido lático
- Bambu
- Fibra de Soja
- Lyocell (feita a partir da polpa de madeira – geralmente do eucalipto)
É necessário que a indústria têxtil tenha atenção com a sua produção, já que tem responsabilidade com os corantes sintéticos presentes nas águas residuais. Por isso, é importante que essas empresas façam uso de corantes naturais ecológicos, antimicrobianos e não-tóxicos nos tecidos (dando preferência para os tecidos amigos do meio ambiente que falamos aqui em cima), eles vêm das plantas, de suas folhas (indigo, eucalipto, henna), cascas (sândalo e casca roxa), raízes (beterraba, cebola, açafrão), flores (dália, calêndula) de frutas ou sementes (noz, casca de romã).
Que tal fazer aquela faxina no guarda roupas e ver o que pode ser reutilizado, doado ou reciclado?!
O meio ambiente agradece!